Alvaro Acioli
O homem moderno vive o momento do produto final elaborado, a fase histórica do não imaginar. Começa precocemente o seu dilema do não pensar. Desde cedo a máquina produz o que deveria ser alcançado pela imaginação, eliminando o ilusório do seu processo de percepção das coisas : a forma, o conteúdo, o movim ento e o som. Não há, praticamente, desde a infância, a liberdade de realizar acima da capacidade de percepção dos sentidos.
ento e o som. Não há, praticamente, desde a infância, a liberdade de realizar acima da capacidade de percepção dos sentidos.
O planejamento foi incluído no rol do importante para a formação do homem : o adolescente segue um rito pré-determinado e influenciado de origem. Busca, pela massificação, geralmente o que não deseja e, pela previdência – um medo do nosso tempo – obtém o que sonharam para ele. Na idade adulta, como o importante é viver, gasta o seu tempo na trilogia estar-consumir-caminhar. No estar, segue o padrão do ideal que os veículos de comunicação estabelecem; no consumir, o que os mesmos veículos promovem; seu caminhar mostra o ato da anti-vontade, arrastando-se sob as teias das modernos mitos e de suas máquinas.
Pouco ou nada foi deixado à faixa do sonhar humano. Nos tempos modernos, o uso da imaginação virou pejorativo de classificação, algo fora da realidade, anti-racional. O homem, na era do adulto-científico, da anti-análise, tenta afirmar-se num mundo, onde suas expectativas são previstas, satisfeitas, discutidas, contestadas ou negadas – à sua revelia. E tudo sempre decidido ou definido por paradigmas mitificados, com raríssimas oportunidades para afirmações individuais libertadoras
O esquema produzir-consumir extrapolou os limites do bem material, para transformar-se no hábito comum . Na música popular internacional, por exemplo, cria-se o estado de expectativa da aceitação, o tipo físico de interpretação, o significado. Nas artes plásticas explica-se o projeto antes mesmo da percepção ser o elo de envolvimento com o transmitido. O importante é o estar dentro, entender, ser o igual, não imaginar-se ultrapassado pelos símbolos e significados dominantes. Leia mais
Pouco ou nada foi deixado à faixa do sonhar humano. Nos tempos modernos, o uso da imaginação virou pejorativo de classificação, algo fora da realidade, anti-racional. O homem, na era do adulto-científico, da anti-análise, tenta afirmar-se num mundo, onde suas expectativas são previstas, satisfeitas, discutidas, contestadas ou negadas – à sua revelia. E tudo sempre decidido ou definido por paradigmas mitificados, com raríssimas oportunidades para afirmações individuais libertadoras
O esquema produzir-consumir extrapolou os limites do bem material, para transformar-se no hábito comum . Na música popular internacional, por exemplo, cria-se o estado de expectativa da aceitação, o tipo físico de interpretação, o significado. Nas artes plásticas explica-se o projeto antes mesmo da percepção ser o elo de envolvimento com o transmitido. O importante é o estar dentro, entender, ser o igual, não imaginar-se ultrapassado pelos símbolos e significados dominantes. Leia mais

 
 
