 Os educadores infantis precisam ter paciência e compreensão com a educação de seus pais; e se comportarem com mais respeito, ante suas fraquezas e deficiências. Essa atitude deve começar já nos primeiros instantes de vida. Não é tolerável que eles assustem os seus pais com gritos ou chantagens alimentares
 Os educadores infantis precisam ter paciência e compreensão com a educação de seus pais; e se comportarem com mais respeito, ante suas fraquezas e deficiências. Essa atitude deve começar já nos primeiros instantes de vida. Não é tolerável que eles assustem os seus pais com gritos ou chantagens alimentaresE muito menos recorrendo a diarréias agressivas que inoculam o pânico permanente de uma desidratação iminente.
O bom preceptor pueril consegue identificar, desde sua tenra infância, o universo problemático dos pais. E tem o bom senso necessário para abordar as carências afetivas dos deles, orientando-os para um desenvolvimento saudável - usando métodos e linguagem - que eles tenham capacidade suficiente para entender.
Trata-se de teses muito bem explicadas e defendidas no 'Manual para crianças com pais-problema", escrito por Jeanne Brouck. O livro mostra que os reais prematuros são os pais. E que o verdadeiro trauma do nascimento é o que surpreende um adolescente ou um adulto jovem, que se torna pai inesperadamente.
A maternidade é antecipada por mudanças físicas que ajudam a intermediar a grande aventura que é o surgimento da vida humana. Mas a paternidade sempre chega de forma brutal e inesperada, expondo os pais recém-nascidos a toda sorte de conflitos. Eles são brutalmente invadidos por uma avalanche de angustias e perplexidades. E isso sem falar nos difíceis problemas materiais que são obrigados a enfrentar.
Para que os leitores tenham uma idéia da obra, enuncio alguns temas abordados: os pais que não querem ser pais; os pais-que-querem-que-o-filho seja; os pais mentirosos; os pais adotados; os pais delinqüentes; os padrastos e madrastas; os pais de longo curso; higiene e cuidados corporais dos pais; os hábitos dos pais, no vestir e comer; a vida profissional dos pais; o desenvolvimento dos pais; Os pais vistos por eles mesmos.
A dificuldade para assumir o papel de pai ou mãe está relacionada com a experiência transmitida pelos ancestrais : medos vividos, culpas experimentadas, rejeição e até maus tratos aplicados pelos filhos.
A paternidade e a maternidade comumente reativam vivências latentes, traumas não resolvidos. Para Jeanne Brouck os pais mentem instintivamente, tanto frente a fatos sem importância como diante de situações delicadas. O vício de mentir vai da invenção ingênua até a vontade deliberada de enganar a criança, por rejeitar a sua orientação.
Os pais delinqüentes dividem-se em duas categorias: os penais e os sociais. Participam do primeiro grupo os assassinos, ladrões, estelionatários, etc. Na outra categoria predominam políticos, empresários e financistas. Esses pais, desajustados ou até mesmo desequilibrados, raramente conseguem superar suas insuficiências, por falta da compreensão de seus filhos, nem sempre compenetrados de suas responsabilidades educacionais.
Os pais sentem-se realizados ou não, independentemente do sucesso profissional ou financeiro, conforme os cuidados que recebem de seus filhos. Aos orientadores infantis cabe evitar atitudes prepotentes ou intimidadoras, que agrava a insegurança dos pais, principalmente os mais velhos, levando-os a um sentimento caótico de menos valia.
AAcioli

 
 
